Aqui é da Mega Prev especialista em aposentadorias do INSS.
A epilepsia é uma condição neurológica crônica que afeta milhares de brasileiros e pode gerar impactos significativos na vida pessoal, social e profissional. Muitos pacientes enfrentam crises imprevisíveis e precisam de acompanhamento médico contínuo, além de restrições no ambiente de trabalho.
Diante disso, é comum surgir a dúvida: quem tem epilepsia pode receber auxílio-doença ou até se aposentar por invalidez? A resposta é sim, desde que cumpridos os critérios exigidos pelo INSS.
Neste artigo, explicamos quais os direitos de quem convive com epilepsia, quais documentos são exigidos, e como funciona o processo para solicitar cada benefício.
O que é a epilepsia?
A epilepsia é caracterizada por descargas elétricas anormais no cérebro, que causam crises epilépticas de diferentes tipos e intensidades. Essas crises podem causar:
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Convulsões
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Perda de consciência
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Confusão mental
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Movimentos involuntários
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Comportamentos atípicos
As causas podem ser genéticas, traumáticas, infecciosas, tumorais ou desconhecidas. O tratamento é feito com medicamentos anticonvulsivantes e, em alguns casos, cirurgia.
Epilepsia dá direito ao auxílio-doença?
Sim. O auxílio-doença (atualmente chamado de auxílio por incapacidade temporária) pode ser concedido quando a epilepsia impede o segurado de trabalhar por um período determinado.
Requisitos para obter o auxílio-doença:
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Qualidade de segurado: estar contribuindo com o INSS ou dentro do período de graça.
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Carência mínima de 12 contribuições (exceto em casos de epilepsia grave, em que pode ser dispensada).
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Incapacidade temporária para o trabalho, comprovada por laudos médicos e perícia do INSS.
A pessoa com epilepsia pode pedir o auxílio quando as crises são frequentes e comprometem sua segurança ou produtividade no trabalho.
Epilepsia dá direito à aposentadoria por invalidez?
Sim, mas apenas em casos em que a epilepsia seja considerada grave, frequente e incapacitante de forma permanente, impedindo o exercício de qualquer atividade profissional.
A aposentadoria por invalidez (ou aposentadoria por incapacidade permanente) é concedida quando:
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A pessoa está permanentemente incapacitada para o trabalho.
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Não há possibilidade de reabilitação para outra função.
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A condição foi confirmada em perícia médica do INSS.
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A pessoa mantém a qualidade de segurado e, em geral, já cumpriu a carência mínima de 12 contribuições.
Casos de epilepsia refratária (quando o tratamento não consegue controlar as crises) são os mais comuns entre os que obtêm esse tipo de benefício.
Como solicitar os benefícios no INSS?
1. Acesse o site ou app Meu INSS
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Faça login com seu CPF e senha.
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Clique em “Novo pedido”.
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Pesquise por “auxílio por incapacidade temporária” ou “aposentadoria por incapacidade permanente”.
2. Anexe os documentos
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RG, CPF e comprovante de residência.
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Laudos médicos recentes.
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Exames neurológicos, ressonância, eletroencefalograma, entre outros.
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Relatórios médicos indicando a incapacidade e o tempo estimado de afastamento ou incapacidade total.
3. Aguarde a perícia médica
A presença na perícia do INSS é obrigatória para confirmação da incapacidade.
E se o pedido for negado?
Caso o INSS negue o auxílio ou aposentadoria, mesmo com laudos médicos válidos, o segurado pode:
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Apresentar recurso administrativo no próprio Meu INSS.
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Buscar a Justiça, com ajuda de advogado previdenciário ou defensor público.
Muitos casos de epilepsia são inicialmente indeferidos por falta de documentação detalhada ou avaliação imprecisa da condição. Por isso, a prova médica é essencial.
Dicas importantes
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Atualize seus dados no Meu INSS e no CNIS antes de dar entrada no pedido.
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Solicite relatórios médicos detalhados, com CID da doença, frequência das crises, histórico de internações, uso contínuo de medicamentos e impactos na rotina.
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Caso trabalhe com atividades que envolvem riscos (como operar máquinas, dirigir, manusear substâncias), isso reforça o argumento da incapacidade.
Conclusão
A epilepsia pode sim dar direito a auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez, dependendo da gravidade da condição e do quanto ela compromete a capacidade de trabalho. O importante é reunir a documentação correta, estar com os dados atualizados no INSS e passar pela perícia com todos os laudos necessários.
Em caso de dúvidas ou negativas indevidas, vale buscar ajuda de um profissional especializado para garantir seus direitos.